27 de Outubro – 30º Domingo do Tempo Comum - Ano B
O profeta Jeremias anuncia uma boa notícia: Deus vai libertar o povo que estava cativo nas terras da Babilónia! Será uma grande alegria, mesmo para aqueles que já vêm depauperados, envelhecidos, doentes: o cego, o coxo ou a mulher que está para dar à luz. É muito interessante como a Palavra de Deus constitui luz para uma situação histórica concreta… Não seria hoje uma bela profecia anunciar (e cumprir) o trabalho para o desempregado, o acolhimento aos refugiados e emigrantes que saem da sua terra, a paz para os povos em guerra, o fim da exploração do trabalho escravo ou infantil?
A Carta aos Hebreus lembra hoje que Jesus partilhou verdadeiramente a existência com os homens e mulheres da terra, soube o que era viver a nossa vida. Por isso está em condições de nos compreender e interceder por nós. Temos um Sumo Sacerdote que nos ama, nos acompanha e nos defende. O texto, por outro lado, tem uma linguagem cultural e cultual bem judaicas, o que nos interpela no sentido de também nós falarmos a linguagem dos nossos contemporâneos e celebrarmos liturgicamente nos parâmetros da nossa cultura respectiva.
A narrativa evangélica do cego que implora a cura a Jesus também ‘ensina’ muita coisa: que devemos ter profunda fé em Deus e no Seu amor e poder, que todos nós precisamos de ser curados na nossa vista (para vermos e olharmos tudo com um novo olhar, o olhar de Deus), que muita gente (nós? A Igreja?) é um obstáculo ao encontro das pessoas com Jesus (tal como aqueles que queriam afastar o cego de chegar até Ele)…