Comentário às Leituras Dominicais (Mai. 2024) por fr. José Nunes, op

 
19 de Maio – Pentecostes - Ano B

 

As celebrações e leituras deste domingo estão polarizadas pela vinda do Espírito Santo sobre os Apóstolos e, afinal, a sua infusão em todos os discípulos de Jesus (entre os quais nos incluímos).

O Espírito Santo é o próprio Deus em nós. É a força ou energia ou princípio de vida, verdadeiramente divina e poderosa, em nós. E que terá sempre dois tipos de efeito nas nossas pessoas e vidas: por um lado, transforma cada um de nós, interiormente, santificando-o, dando-lhe coragem, alegria, paz interior; por outro lado, é bondade que transborda e se abre ao serviço generoso e gratuito dos outros, em amor puro e ajuda.

Aquelas duas dimensões ou efeitos do Espírito de Deus em nós estão bem presentes na passagem de hoje do livro doa Actos: os Apóstolos, com a força divina, saem da clandestinidade, perdem o medo, ganham sentido de vida e alegria; por outro lado, imediatamente começam o serviço aos outros, neste caso iniciam a tarefa evangelizadora a toda a humanidade (simbolizada na enorme quantidade e diversidade de línguas).

Paulo, na carta aos coríntios, lembra que o Espírito Santo anima cada cristão para um serviço específico aos outros e para que o resultado seja sempre o bem comum, a comunhão profunda entre todos. Além disso, Deus concede-nos esse maravilhoso dom a todos: o cristianismo é uma religião universal, Deus acompanha e quer salvar todos e cada um dos seres humanos, independentemente da sua raça, religião, cultura ou condição sócio-económica.

Quanto ao trecho do Evangelho, notemos uma diferente catequese entre Lucas e João: Se é verdade que S.Lucas, no livro dos Actos dos Apóstolos, coloca o Pentecostes 50 dias depois da Ressurreição (daí, até, o nome de ‘Pentecostes’), S.João coloca tal realidade (a vinda e habitação do Espírito de Deus em nós) logo no dia da Ressurreição. Pouco importam as ‘cronologias’ porque, como sabemos, são interesses catequéticos que as determinam! O importante a reter é a mensagem, e essa é sempre a mesma: Deus está connosco, o seu Espírito vive dentro de nós, isso traz-nos uma imensa alegria, conduz ao perdão e reconciliação, à santificação de cada um, mas também é ‘empurrão’ dado a cada cristão: todo o discípulo é enviado ao serviço dos outros, para continuar a missão de Jesus – Ele que também fora um enviado do Pai!

13/05/2024

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